quarta-feira, 30 de julho de 2014

Buda – Um Caminho de Vida




Buda, de nome Siddharta Gautama, viveu no norte da Índia há quase 2500 anos. É fundador do caminho conhecido no nosso tempo por Budismo.

Buda é na verdade um título e não um nome. Significa alguém que é iluminado, um ser consciente da natureza da vida e do seu significado.

Embora nascido príncipe, deixou a sua jovem mulher e o filho acabado de nascer, assim como todas as riquezas e prestígio que possuía, para se dedicar à busca da Verdade.

Siddharta só recebeu o título de Buda aos trinta e cinco anos, quando, após seis anos de práticas espirituais, despertou para a realidade que existe para lá das aparências. A sua existência regeu-se por quatro verdades:

1ª Verdade: A vida é sofrimento → o homem angustia-se e sofre porque se liga demasiado a coisas passageiras, exteriores a si.

2ª Verdade: O sofrimento é fruto do desejo → O homem depende em demasia dos seus desejos egoístas, deixando-se levar pelas aparências e pela vaidade do mundo.

3ª Verdade: O sofrimento pode ser superado → Para tal, é importante que o homem se liberte do estado de ilusão em que se encontra.

4ª Verdade: A via que leva à libertação é a via da retidão nas atitudes, nos pensamentos e nas palavras.

O caminho da vida é constituído por múltiplas existências. Por isso, Buda fala de Reencarnação. Os seres humanos que se apegam demasiado aos valores materiais são obrigados a reencarnar incessantemente, até compreenderem que ser é mais importante do que ter, e que a generosidade e a alegria estão sempre ligadas. A ditadura dos prazeres faz com que se fique prisioneiro do ciclo existencial (Roda do Sansara), numa sucessão de causas e efeitos que só terá fim quando o ser humano ansiar verdadeiramente pela libertação. Essa sucessão de causas e efeitos tem o nome de Karma e liga as várias existências entre si. Aquele que pratica atos negativos colherá, numa existência seguinte, frutos de sofrimento. Aquele que é compassivo e generoso e se dedica à busca da Verdade alcançará, mais cedo ou mais tarde, o Nirvana, ou seja, a libertação. A sua mente iluminar-se-á (o Satori) e compreenderá os mistérios da vida e da morte. Poderá então transmitir àqueles que o rodeiam tesouros de sabedoria. Viverá com desapego, não se deixando seduzir por honras e riquezas, e procederá com justiça e com bondade. As vicissitudes da vida não o perturbarão, e saberá permanecer sereno e agir com desprendimento.

Para Buda, a prática da meditação é também muito importante, porque leva ao autoconhecimento. Aquele que medita poderá conhecer melhor o seu mundo interior, as suas reações instintivas, emoções e pensamentos, e tornar-se, por isso, uma pessoa mais reta.

Aprenderá igualmente a respeitar todos os seres, mesmo os mais pequenos, e a viver em comunhão com a natureza.

O Budismo tornou-se uma tradição de tolerância e conheceu uma ampla difusão, assumindo feições particulares nos vários países onde se implantou. São disso exemplos o Budismo Tibetano, o Budismo Zen (Japão) e o Budismo Chan (China).


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