quinta-feira, 11 de julho de 2013

As Vidas de Joanna de Angelis



Um espírito que irradia ternura e sabedoria, despertando-nos para a vivência do amor na sua mais elevada expressão, mesmo que, para vivê-lo, seja-nos imposta grande soma de sacrifícios. Trata-se do Espírito que se faz conhecido pelo nome JOANNA DE ÂNGELIS, e que, nas estradas dos séculos, vamos encontrá-la na mansa figura de JOANA DE CUSA, numa discípula de Francisco de Assis, na grandiosa SÓROR JUANA INÉS DE LA CRUZ e na intimorata JOANA ANGÉLICA DE JESUS. Nossa querida irmã também faz uso da forma de uma antiga encarnação em solo africano VOVÓ MARIA CONGA.

Joana de Cuza

Joanna de Angelis, em uma de suas encarnações, foi Joana de Cuza, uma das piedosas mulheres do Evangelho. Era esposa de Cuza, procurador de Herodes, o Tetrarca - governador de uma tetrarquia, ou seja, uma das partes de um estado ou província dividida em quatro governos. Joana foi curada por Jesus (Lucas VIII, 2 e 3), com Maria Madalena, Suzana e muitas outras mulheres, às quais lhes prestava assistência com os seus bens. Em Lucas 24:10, é mencionada entre as mulheres que, na manhã de Páscoa, tendo ido ao sepulcro de Jesus, o encontraram vazio. Em Roma, no dia de 27 de agosto do ano 68, foi sacrificada numa fogueira no Coliseu, por não renunciar à fé em Jesus. Desencarnou perdoando seus carrascos.

Sóror Juana Inés de La Cruz

Nasceu no México, em San Miguel Neplanta, no ano de 1651. Foi Juana de Asbajey Ramirez de Santillana, filha de D. Manuel Asbaje, espanhol, e de Isabel Ramirez de Santillana, indígena. Foi uma criança precoce. Começou a fazer versos aos cinco anos. Aos doze, aprendeu latim em vinte aulas; e português, aprendeu sozinha. Falava a língua indígena "nauatle", dos "nauas", geralmente chamados de astecas.

Na Corte, o vice-rei de Espanha, o Marquês de Mancera, querendo fazer brilhar ainda mais sua Corte, tal como na tradição europeia, convidou a menina - prodígio de treze anos - para dama de companhia de sua mulher. Encantou a todos com sua beleza, inteligência e graciosidades. Seus poemas de amor são até hoje citados, e suas peças, representadas em programas de rádio e televisão. Mas sua sede de saber era maior que a ilusão de prosseguir brilhando na Corte.

Aos dezesseis anos, ingressou para o Convento das Carmelitas Descalças e depois foi para a Ordem de São Gerônimo da Conceição, tomando o nome de Sóror Juana Inês de La Cruz, ficando conhecida, pelos seus hábitos de estudo, como "Monja da Biblioteca".

Em 1690, dizia da necessidade do conhecimento geral para melhor entendimento e serviço a Deus, defendendo o direito da mulher de se dedicar às atividades intelectuais. Esse ponto de vista, consubstanciado em um documento, é considerado a "carta magna" da liberdade intelectual da mulher americana. Mulher de letras e ciências, foi a porta-voz das escravizadas do seu tempo.

É citada num artigo da revista "Seleções do Reader's Digest", edição de julho de 1972: "Sóror Juana Inês de La Cruz: A Primeira Feminista do Novo Mundo." Dizia que é pela compreensão que o homem é superior aos animais. Trabalhando na cozinha do Convento, descobre muitos segredos naturais e, curiosamente, conclui que, se Aristóteles tivesse cozinhado, muito mais teria.

Como se vê, trata-se de um vulto muito importante para o México e para a Humanidade. Tanto assim, que a cédula de mil pesos tem a sua efígie.

Em 1695, houve uma epidemia de peste na região. Juana, socorrendo os doentes, desencarna em decorrência da mesma peste aos 44 anos.

Joanna Angélica de Jesus

Na Bahia, Joanna de Angelis foi Sóror Joana Angélica, religiosa da Ordem das Reformadas de Nossa Senhora da Conceição e Heroína da Independência do Brasil. Joana Angélica nasceu em Salvador-BA, em 11 de dezembro de 1761. Entrou para o noviciado no Convento de Nossa Senhora da Lapa em 1782, pronunciando os votos um ano depois. Entre 1798 e 1801, exerceu diversos cargos burocráticos na comunidade, assumindo as funções de vigária. Conduzida ao posto de conselheira em 1809, retornou ao vicariato em 1811.

Eleita abadessa em 1814, esteve à frente do Convento até 1817, sendo reeleita três anos depois. Como registro histórico de conhecimento geral, sabe-se que, em 07 de setembro de 1822, no Ipiranga-SP, D. Pedro I proclamou a Independência do Brasil, separando-o de Portugal. Porém, na Bahia, as tropas portuguesas comandadas pelo Brigadeiro Inácio Luis Madeira de Malo (1775-1833), resistiram tenazmente às forças aliadas a D. Pedro I.

Somente em 02 de julho de 1823 Madeira de Malo abandonou a Bahia, embarcando para Portugal com suas tropa. As tropas brasileiras eram comandadas pelo militar francês Pierre Labatut (1768-1849) e pelo tenente Luís Alves de Lima e Silva, futuro Duque de Caxias. Vale lembrar que Maria Quitéria de Jesus Medeiros, a primeira mulher-soldado, sagra-se heroína, sendo condecorada por D. Pedro I.

Durante as lutas pela Independência, os soldados portugueses invadiram o Convento de Nossa Senhora da Lapa em 19 de fevereiro de 1823. Sóror Joana Angélica sai à porta do Convento, intimando-os, com a cruz alçada, a não profanarem o abrigo de suas protegidas. Resistiu valentemente, sendo atacada a golpes de baioneta.

Com o seu martírio, deu tempo às internas de escaparem, refugiando-se no Convento da Soledade. Sóror Joana Angélica recebeu socorros, porém vivendo por poucas horas e desencarnando no dia seguinte. Tombando numa luta pelos ideais de liberdade, Sóror Joana Angélica tornou-se Mártir da Independência do Brasil. Como Joanna de Angelis, prossegue no mundo espiritual como verdadeira Amiga e Benfeitora - como um Espírito Amigo -, salientando sempre as mensagens do Evangelho.


Fonte: Fonte: Sociedade Espírita Joanna de Ângelis

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