quarta-feira, 27 de março de 2013

Palavra e Vida




Não desprimores, nem firas,

O coração que te escuta,

Às vezes, em febre e luta,

Na provação em que jaz;

Pelo recurso da voz

Que instrui, conforta e elucida,

Deus te deu, na luz da vida,

O Dom de fazer a paz.



Se contratempos te afligem

Entre as lembranças que deixas,

Evita sombras e queixas,

Não menosprezes ninguém;

A ofensa que nos procura,

Mesmo de modo impreciso,

Dissolve-se, de improviso,

Na fonte viva do bem.



Se a caridade te guia

Vencendo espinhos e males,

Não te revoltes, nem fales,

Agravando a treva e a dor;

Toda palavra de auxílio,

No bem espontâneo e puro,

É tijolo do futuro

Erguendo o Reino do Amor.



Quando falas e onde falas,

Traças caminhos e normas

Pelas imagens que formas

Nas palavras tais quais são;

Como dizes no que diga,

Constróis jardins e moradas,

Emendas pontes e escadas

De queda ou de elevação.



À frente de quem te humilha,

Não devolvas pedra e lama,

Cala, serve, ampara e ama

Na expressão que se traduz;

Eis que o Céu se manifesta

Na bondade que irradia...

Contempla o sol cada dia:

É bênção falando em luz.


Espírito: Maria Dolores.
Por: Francisco Candido Xavier

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