segunda-feira, 18 de junho de 2012

A lã



















Em todas as latitudes
Da terra que aperfeiçoa,
É sempre meiga e bem-vinda
A lã carinhosa e boa.

Conserva a saúde e a vida,
Nos invernos, nos trabalhos,
É mãe delicada e nobre
Dos mais puros agasalhos.

Faz frio? Desceu a noite
Em borrascas escarninhas?
A lã protetora e santa
Vai vestir as criancinhas.

Há velhice amargurada
Movendo-se quase morta?
A divina benfeitora
Vem de leve e reconforta.

Enfermos entristecidos
Atados a grandes dores?
Recolhe-os bondosamente
Em ninhos de cobertores.

Presta aos homens neste mundo
Auxílio amoroso e forte,
Desde o berço da chegada,
Ao leito de dor na morte.

Heroína afetuosa
De serviço e de bondade,
Preserva no mundo inteiro
O corpo da Humanidade.

Quem a veste, conservando-a,
Encontra incessantemente
A couraça que resiste
Ao frio mais inclemente.

Lembremos, vendo-a servir
Sem recompensa e sem palmas,
O Cordeiro que dá lã
Necessária a nossas almas.

Não te doa nos caminhos
O inverno de angústia e pranto:
Vistamos os sentimentos
Em lã do Cordeiro Santo.



Casimiro Cunha

Do livro Cartilha da Natureza, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Casimiro Cunha.

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