terça-feira, 25 de maio de 2010

As Aventuras de Luizinho


















Luizinho era o caçula dos cincos irmãos de uma família fraterna. Todos já trabalhavam, menos Luizinho. Quando atingiu a idade de nove anos, também lhe fora atribuída uma tarefa, pois os pais queriam ensinar-lhe o valor do trabalho.

Quando Luizinho começou a trabalhar, passou a revelar uma certa insatisfação.

Oh! Que vida, trabalhar debaixo deste sol. Se chovia... Como esta chuva atrapalha o meu serviço. Quando frio, resmungava... Estou tiritando de frio.

Luizinho precisava ver com seus próprios olhos o valor das coisas. Um dia sonhou que estava do tamanho de um polegar e dentro de um frasco. Chegou um garoto, encheu o frasco de água e sabão e começou a fazer bolhas de sabão. Numa dessas, lá foi Luizinho pelo ar, numa bolha. O vento batia... batia... e ele subia cada vez mais. O vento o levou para bem alto, e ele estava admirando o céu azul, quando passa por ele uma gaivota branquinha que lhe diz:

-Olá Luizinho! Que está fazendo por aqui?

-Passeando – respondeu o menino – Mas você me conhece?

Sim, falou a gaivota. Você é aquele menino resmungão Resmunga do sol, da chuva do vento, do frio... Passo sempre por aqui e do alto eu o ouço por causa das vibrações que circulam na atmosfera. Bem, até logo amigo. Preciso trabalhar para levar alimento aos meus filhotes.













Já estava escurecendo, quando o vento conduziu a bolha sobre um ramo florido. Ali ele ficou. Quando amanheceu, o sol surgia majestoso, dando vida a tudo. Ficou deslumbrado em presenciar que com a presença do sol, as flores iam se abrindo e exalando um perfume... E ele podia ver de perto! Oh meu Deus! Que maravilha Estava extasiado quando uma abelha veio sugar o mel, depois outra e mais outra E pensou no trabalho dessas abelhinhas, nesse vai e vem continuo. Algo tocou o seu íntimo e começou a sentir a grandeza das coisas. Nisso o vento bateu no ramo florido, levando a bolha sobre uma plantinha ressequida, quase sem folhas, sedenta, parecia sem vida, quase morrendo. Uma nuvem escura se aproximou, o sol desapareceu, e começa a cair os primeiros pingos d’água. E ele pode ver como aquela plantinha saciava sua sede. A cada gota, era como um sopro de vida. Seus raminhos caídos, já se colocavam mais altivos. E observar o próprio vento que o conduzia, ora mais alto, ora mais baixo e notou que junto ao vento, muitas sementinhas bailavam, o vento pousou a bolha num capim macio, perto delas. Ali Luizinho ficou. Veio o sol, a chuva, e eis que ele vê desabrochar do solo uma plantinha. Ela foi crescendo, dando folhas, flores, e surgem os frutos.

De repente, ouve-se um burburinho. Eram crianças que vinham apanhar os frutos e saboreavam felizes, graças ao vento, ao sol e a chuva. Nesse instante ele agradeceu a Deus a grandeza da vida e de tudo que Ele fez por nós. Luizinho despertou, guardando no seu coraçãozinho a grandiosidade do ensinamento e passou a trabalhar feliz.


Maria Helena Fernandes Leite, em “A Nova Era”

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